quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Samurai - Origem 

Samurai significa literalmente: "Aquele que serve" Sua origem data de mais de mil anos atrás, e começaram a surgir numa época em que o Japão era um aglomerado de feudos e cada um com o seu Senhor, dono pela força que deveria defender o seu território e os camponeses que para ele trabalhavam em troca de proteção.

O Imperador mantinha uma posição de neutralidade, pois era considerado uma divindade, descendentes dos criadores do mundo, não eram importunados porém não mantinham nenhum poder, senão o símbolo de austeridade.

Os feudos se degladiavam entre si por motivos diversos, políticos, territoriais, rixas, disputas diversas. Cabendo ao Shogun manter uma certa estabilidade de poder.

Os Samurais surgiram nesse ambiente conturbado. Suas aptidões o levaram a condição de lendas. Não se tratavam apenas de generais que organizavam os exércitos particulares dos senhores feudais. Eram guerreiros versados em todos as armas, mas também homens que cultivavam o espírito através das artes, como a IKEBANA, ESCULTURAS, PINTURAS e dentre elas a que mais se destacava para o nosso estudo, A CALIGRAFIA DOS IDEOGRAMAS, OU KANJIS. Tal prática visava manter o equilíbrio entre o soldado e o homem, mantendo-o humano o suficiente a fim de liderar seus homens, mas com o senso de guerreiro para manter sua posição.
Vários Samurais tiveram destaque ao longo da história, vou destacar apenas alguns que ao meu ver tem maior relevância diante a Origem do Bushido Reiki, não querendo com isso menosprezar outros Samurais famosos.
Sugawara Michizane (805 – 903), um homem que dava muita importância ao espiritual, é cultuado como KAMI, divindade e patrono da cultura, do saber e da CALIGRAFIA. Destacou-se como símbolo de lealdade, virtude primordial das relações humanas, que ele manteve com o Imperador da época. Suas memórias estão preservada no Templo Kitano Tenmangu de Kyoto, um dos cinco mais importantes santuários xintoístas do Japão.

Minamoto Tametomo (1139 – 1170) guerreiro lendário a quem se atribui o primeiro SEPPUKU ou HARA-KIRI  símbolo máximo da hombridade e servidão. O que o homem pode dar de maior valor do que a sua própria vida, que é única e além do que nada mais pode ser pedido.

Além desses, Miyamoto Musashi, que se tornou lenda através do uso das duas espadas na escola NITEN-ICHI , escola que ele fundou com o método próprio. Curiosamente, Musahi vive um período de relativa paz, então Honnim se dedica mais as artes, dedicaremos um capitulo especialmente a esse polêmico espadachim.





terça-feira, 1 de outubro de 2013

Prefácio


“Certa vez existiu um grande guerreiro. Ainda que muito velho, ele ainda era capaz de derrotar qualquer desafiante. Sua reputação estendeu-se longe e amplamente através do país e muitos estudantes reuniam-se para estudar sob sua orientação.
Um dia um infame jovem guerreiro chegou à vila. Ele estava determinado a ser o primeiro homem a derrotar o grande mestre. Junto à sua força, ele possuía uma habilidade fantástica em perceber e explorar qualquer fraqueza em seu oponente, ofendendo-o até que a este perdesse a concentração. Ele esperaria então que seu oponente fizesse o primeiro movimento, e assim revelando sua fraqueza, e então atacaria com uma força impiedosa e velocidade de um raio. Ninguém jamais havia resistido em um duelo contra ele além do primeiro movimento.
Contra todas as advertências de seus preocupados estudantes, o velho mestre alegremente aceitou o desafio do jovem guerreiro. Quando os dois se posicionaram para a luta, o jovem guerreiro começou a lançar insultos ao velho mestre. Ele jogava terra e cuspia em sua face. Por horas ele verbalmente ofendeu o mestre com todo o tipo de insulto e maldição conhecidos pela humanidade. Mas o velho guerreiro meramente ficou parado ali, calmamente. Finalmente, o jovem guerreiro finalmente ficou exausto. Percebendo que tinha sido derrotado, ele fugiu vergonhosamente.
Um tanto desapontados por não terem visto seu mestre lutar contra o insolente, os estudantes aproximaram-se e lhe perguntaram: -  Como o senhor pôde suportar tantos insultos e indignidades? Como conseguiu derrotá-lo sem ao menos se mover?"
A resposta para a pergunta dos estudantes é um dos objetivos desse livro. Essa história assemelha-se a um combate onde o Honnin Samurai Miyamoto Musashi derrota seu oponente. Desde o início desse projeto, a minha maior preocupação sempre foi a de transmitir os conhecimentos, de uma forma que não se parecesse com aqueles livros de história que tivemos na infância e que a maioria de nós ainda traz uma série de más lembranças de datas, nomes e fatos que tínhamos de decorar para lançar nas provas. Porém não foi possível encontrar uma outra forma de fazê-lo sem que se contasse, resumidamente um pouco da história desses notáveis guerreiros que habitaram o Japão durante cerca de setecentos anos de história e relacionar nomes de alguns famosos guerreiros que ficaram conhecidos por SAMURAIS.
Discorrer sobre os samurais dentro das páginas desse livro, nos permite conhecer muito sobre o conceito de servidão que eles se propunham, não como um escravo que serve ao seu senhor, ou como um operário que obedece ao seu empregador, mas como um servidor cuja a lealdade está atrelada a um sentimento de honra que é levada ao extremo do orgulho do guerreiro que acaba por vezes ceifando sua própria vida em oferecimento pela tarefa não realizada a contento.
Conceitos valiosos que identificam a pratica do Código do Guerreiro, são importantes para se conhecer a filosofia de vida desses personagens. Conhecer a influencia que o Budismo, o Zen, a Filosofia de Confúcio, traz a segurança de que o que escrito não são apenas palavras, mas um sistema interligado que resulta no Bushido Reiki.
Apesar de não utilizarmos um Katana verdadeiro para a prática do Bushido Reiki, é importante se conhecer esse instrumento para poder entender o conceito que originou a técnica do Reiki com Espadas. Assim como Mushashi nos revela em seu livro Gorin no Sho, sobre o conhecimento sobre as armas a fim de melhorar o desempenho com ela, também eu acredito ser necessário explanar um pouco sobre essas armas a fim de entender o motivo pelo qual a espada do Samurai é considerada até hoje como a única arma de guerra que possui uma alma, sendo então selecionada para o Bushido Reiki.
 A filosofia e a prática do Bushido foi baseada nesse livro de Miyamoto Musashi, que foi escrito por esse grande Samurai (1582-1645) ao longo de sua vida de Honnim. Nas páginas de seu livro, encontraremos os segredos para a melhor aplicação dessa técnica que combate o medo, o desespero, o abandono, a mágoa, e os demais sentimentos baixos que propiciam a queda de nossas defesas naturais e consequentemente o mal estar da aproximação de energias que nos atingem até o espírito, em processos de obsessão que somos incapazes por vezes de sentir.
Um Reikiano que se proponha a se tornar Mestre de si mesmo, e que tenha a intenção de disseminar a energia Reiki através do uso das espadas, tem de conhecer o instrumento com o qual irá trabalhar essas energias, bem como a história dos precursores que deram origem ao Bushido Reiki. Entender o código de honra dos guerreiros e incluir em sua prática de transformação pessoal é primordial para que se possa proceder o ritual de consagração das espadas.
Joseph Campbell diz que o homem necessita de rituais para poder seguir se desenvolvendo, como um rito de passagem de uma criança para um estagio mais adulto, onde ele adquire novos direitos, e principalmente novas obrigações. Simbolicamente aquela criança morre e retorna como um adulto responsável. Também o ritual de consagração das Espadas do Bushido Reiki, visa trazer o Mestre de si mesmo para a consciência de um instrumento que pode ampliar sua capacidade de aplicação de reiki tornando-o mais responsável pelos atos, e consciente de seu papel perante a Criação, e ao Universo.

“Duas pessoas estavam perdidas no deserto. Elas estavam morrendo de inanição e sede. Finalmente, eles avistaram um alto muro. Do outro lado eles podiam ouvir o som de quedas d'água e pássaros cantando. Acima eles podiam ver os galhos de uma árvore frutífera atravessando e pendendo sobre o muro. Seus frutos pareciam deliciosos.
Um dos homens subiu o muro e desapareceu no outro lado.
O outro, em vez disso, saciou sua fome com as frutas que sobressaíam da árvore ali mesmo, e retornou ao deserto para ajudar outros perdidos a encontrar o caminho para o oásis.”

Koan do Zen Budismo